Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a depressão masculina ou tristeza patológica, ocupa o 1° lugar geral entre as patologias impactantes, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares.
Trata-se, dessa forma, de um problema grave e muitas vezes silencioso.
Informações sobre a depressão masculina
- Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo sofrem com este transtorno;
- É a doença mais incapacitante do mundo;
- Mulheres são mais afetadas que os homens;
- Em casos severos pode levar ao suicídio;
- Existem diversos tratamentos psicológicos e farmacológicos para a depressão masculina.
Fonte: Organização Panamericana de Saúde (OPAS).
Depressão X Tristeza
Muitos confundem depressão com tristeza, mas são totalmente distintas. A tristeza é uma variação passageira de humor que ocorre geralmente após um evento negativo (perda de um familiar, ou término de relacionamento, por exemplo). A depressão é algo contínuo, profundo e impactante, caracterizando-se como uma grave psicopatologia.
Tipos de depressão
Episódio Depressivo maior (EDP)
A depressão pode ser do tipo Episódio Depressivo Maior (EDP), o tipo mais comum da depressão, apresentando pelo menos 5 dos 8 sintomas abaixo.
- Diminuição no prazer ou interesse nas atividades cotidianas;
- Pensamentos sobre a possibilidade de morte;
- Ideias de autoextermínio (suicídio);
- Humor deprimido;
- Perda ou ganho de peso;
- Sentimento de desvalia;
- Sentimentos de culpa;
- Redução da concentração.
Depressão bipolar
Neste caso o humor do indivíduo alterna-se entre episódios de tristeza profunda com grande irritabilidade para momentos de euforia e grande excitação.
Porém, diferentemente do que muitos pensam, variações repentinas de humor não se caracterizam como bipolaridade.
Uma pessoa que acorda bem-humorada e que depois do almoço apresenta um péssimo humor não pode ser diagnosticada como bipolar. Essa forma de tristeza patológica é caracterizada pela alternância de longos episódios entre depressão e excitação (mania).
Outros tipos de depressão
- Depressão provocada por drogas ou medicamentos;
- Distimia (transtorno depressivo persistente);
- Depressão com sintomas psicóticos;
- Transtorno disfórico pré-menstrual;
- Transtorno afetivo sazonal;
- Depressão pós-parto.
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Impactos da depressão
O desânimo provoca consequências negativas e incapacitantes nas esferas pessoal, profissional, social, cognitiva e nos relacionamentos afetivos. Como consequência, apresenta as seguintes dificuldades:
- Vida social limitada (solidão);
- Problemas nos relacionamento com familiares (afastamento)
- Baixo desenvolvimento profissional (desmotivação);
- Dificuldades financeiras (desorganização);
- Dificuldades de aprendizado (procrastinação e falta de vontade);
- Problemas nos relacionamento afetivos (mau humor, tristeza).
Causas da tristeza patológica
De acordo com o modelo cognitivo-comportamental, desenvolvido por Aaron Beck, a base da depressão é um sistema de pensamentos construídos a partir de crenças negativas sobre si, do mundo, dos outros e do futuro.
Confira abaixo a lista de crenças e distorções cognitivas que desenvolvem a tristeza:
Visão negativa de si mesmo: “sou uma pessoa chata”, “sou feio e desinteressante”, “sou incapaz de vencer o meu desânimo”.
Visão negativo do mundo: “as pessoas não gostam de mim”, “o mundo é um lugar ruim”, “ninguém respeita um depressivo”.
Visão negativa do futuro (desesperança): “as coisas nunca vão melhorar”, “nunca vou conseguir ser feliz”, “jamais deixarei de ser uma pessoa depressiva”.
Distorções cognitivas de pessoas deprimidas
Personalização: responsabilizar-se por todos os eventos negativos que vivencia. “Eu fui o culpado por ela me trair”.
Filtro do negativo: enxergar apenas os aspectos negativos de uma situação. “Todos gostaram de mim na festa, exceto a Gabriele que deve ter me achado uma pessoa sem graça”.
Catastrofização: considerar como catástrofe eventos simples da vida. “Ela me deu um fora, devo ser feio e desinteressante. Que grande vergonha, eu sou um desastre como homem”.
Supergeneralização: considerar que um evento isolado poderá ocorrer sempre. “Fui traído na infância pelo meu melhor amigo, todos os amigos vão me trair”.
Raciocínio emocional: pensar de acordo com o que sente, sem a consideração de argumentos irracionais. “Eu sinto que as pessoas não gostam de mim”.
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Tratamentos psicológicos para a depressão masculina
O tratamento mais indicado para a tristeza masculina é através da Terapia Cognitivo-Comportamental, uma vez que esta ciência se baseia na identificação e modificação das crenças disfuncionais.
Basicamente o psicólogo especializado em TCC se valerá de técnicas para que você consiga abandonar uma maneira rígida e disfuncional de pensar sobre si mesmo, o mundo e o futuro. Então, aumentará o seu repertório cognitivo. As principais técnicas são:
- Técnicas de relaxamento;
- Questionamento socrático;
- Treino de assertividade;
- Autoinstrução;
- Treino de habilidades sociais;
- Solução de problemas;
- Dessensibilização sistêmica;
- Exposição gradativa.
Outras psicoterapias no tratamento da depressão masculina, além da terapia cognitivo-comportamental
- Psicanálise;
- Terapia Analítico-comportamental (Behaviorismo);
- Gestalt Terapia;
- Psicodrama;
- Existencial-Humanista;
- Sistêmica;
- Fenomenologia.
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Tratamentos psicofármacos
Em conjunto com a psicoterapia, quando se trata de quadros mais profundos de depressão, o tratamento farmacológico também é indicado em conjunto com a psicoterapia. O que aumenta a efetividade na redução dos sintomas depressivos.
A serotonina e a tristeza
É importante destacar que na tristeza patológica também estão envolvidas causas biológicas, sendo um problema na disponibilidade do neurotransmissor, serotonina. Essa substância é responsável pela sensação de bem-estar física e mental.
Principais medicamentos antidepressivos
Os episódios depressivos são tratados farmacologicamente por meio de antidepressivos. Confira abaixo os mais comuns disponíveis no mercado:
- Imipramina;
- Clomipramina;
- Amitriptilina;
- Desipramina;
- Nortriptilina;
- Fluoxetina;
- Paroxetina;
- Citalopram;
- Escitalopram;
- Sertralina;
- Venlafaxina;
- Duloxetina;
- Mirtazapina.
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Tratamentos paralelos para tratar episódios depressivos
Além dos tratamentos psicológicos e farmacológicos, há outras opções popularmente conhecidas para redução dos sintomas:
- Massagem;
- Yoga;
- Atividades físicas;
- Atividades coletivas;
- Acupuntura;
- Reiki;
- Cromoterapia;
- Hipnose.
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No entanto é importante ter atenção em relação a não comprovação cientifica dos efeitos terapêuticos de tratamentos paralelos.
Isso não significa que sejam disfuncionais, mas não há testes empíricos capazes de comprovar o efeito terapêutico na redução dos sintomas. Portanto, como a depressão é um problema sério, torna-se indispensável a consulta a um psicólogo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Beck, A. T., Rush, A. J., Shaw, B. F., & Emery, G. (1997). Terapia cognitiva da depressão (S. Costa, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1979).
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-IV. Manual Diagnóstico e Estatítico de Transtornos Mentais. Porto Alegre : ARTMED, 2002, 4a. ed.
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Folha informative – Depressão. Disponível em: < https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5635:folha-informativa-depressao&Itemid=1095/> Acesso em: 25 de julho de 2019.